terça-feira, 21 de abril de 2009

Operação Lair Ribeiro

Sempre fui gastadeira e nunca importou o tamanho do salário: quanto mais eu ganho, mais gasto. Quando eu bebo, então, nem se fala. É um tal de "imagina, cê vai deixar de ir só porque tá sem dinheiro? Pode deixar que eu pago e um dia você me devolve!". Poupança? Nunca funcionou comigo. Sempre fui de seguir a lógica do "eu mereço" e gastar como uma forma de me recompensar pelo tempo de trabalho ou estudo. Em 2008, os excessos chegaram a um ponto perigoso. No fim do mês, eu havia gasto boa parte do que eu tinha saindo à noite, no shopping ou comendo fora.

Não que eu ache nada disso totalmente supérfluo, mas o que faltava era moderação pra que eu deixasse alguma coisa para prioridades que iam ficando de lado. Como sempre tive horror a dívida, vi que já era hora de virar gente e fazer algo mais útil con mi plata. Em 2009, eu iria começar a enxugar os gastos. O plano já estava em pauta há tempos, mas era como uma daquelas malditas "leis que não pegaram". Decidida, não sem uma intensa dor no coração, levei o corte de despesas a cabo.

O primeiro passo foi deixar meus amados cartões de crédito e de lojas de departamentos em casa, pra evitar a tentação. Existe aquela história de que é bom sempre ter um Visa ou Master na carteira pra qualquer emergência, mas no auge das minhas crises consumistas, até uma sapatilha di-vi-na se torna indispensável a minha sobrevivência e depois eu que me lasco com a fatura.

Depois, precisei me reeducar e diminuir as idas ao cinema, a bares, restaurantes, shows e casas noturnas. A cada saída, eu gastava uns 40 contos e, saindo pelo menos duas vezes por semana, eram no mínimo R$320 por mês. Cheguei à conclusão de que eu poderia perfeitamente cortar essa grana toda pela metade sem enlouquecer ou virar uma eremita. Bastava passar mais um tempinho na comodidade do lar ou escolher programas mais baratos, além de SEMPRE ir em busca de listas amigas e filipetas antes de colocar os pézinhos pra fora de casa.

Se existe uma coisa que eu amo nessa vida é a TV a cabo. Ah, sua programação cheia de filmes e seriados, a riqueza de opções, a qualidade da imagem... a vida é muito melhor com ela. Tenho um daqueles combos, mas como pagar o meu estava meio pesado, optei por um pacote com menos canais e por reduzir a velocidade da banda larga. Esse deu dó, de verdade, mas pelo menos a economia foi boa.

A última mudança foi com o celular. Pagando uma nota todo mês, aceitei o fato de que falo pelos cotovelos e troquei meu plano por outro um pouco mais caro, mas que parece ser mais vantajoso no custo-benefício. Houve uma época em que não havia celular e ninguém sentia falta dele, mas hoje não se pode mais imaginar o dia-a-dia sem o aparelho e não sou eu que vou voltar para os tempos sombrios em que as únicas escolhas eram os orelhões ou os telefones para recado.

Uma vez, ouvi um ator dizendo que já havia desenhado seu caixão e este não ia ter gavetas. Ou seja, vivia sem regular moedinha pois ia sair dessa vida sem levar nada. Concordo plenamente com ele: dinheiro foi feito pra ser gasto. Bem gasto, na verdade, sem pão-durice nem descontrole. O caminho é pensar duas, dez, mil e quinhentas vezes antes de gastar, é fazer do dinheiro uma solução e não um problema. Ainda não cheguei ao ponto que eu considero ideal, mas acho que chego lá daqui a pouco.

Nunca tive lá grandes dívidas, mas quando percebi que eu, com cada vez mais frequência, recorria ao cheque especial e a saques do cartão de crédito, ia cobrindo um gasto com outro ou não fazia ideia de como o meu dinheiro havia ido embora, achei que alguma coisa estava errada. Pra quem também está cortando um dobrado com o orçamento ou simplesmente quer descobrir uma forma mais consciente de gastar, acabei de encontrar o site do Devedores Anônimos no Rio, é http://devedoresanonimos-rio.org/.

4 comentários:

Vera disse...

Parabéns, mocinha.

|Minha perdição são os livros e cd's. Afe! Não posso ver que já quero comprar. Mas estou longe de fazer grandes dívidas.

Bem que dinheiro poderia nascer em árvore, né? Risos.

Beijos.

Eduardo Bittencourt disse...

Acho que todo mundo já passou por uma fase de descontrole!!!

Eu to tentando sair da minha!!!

Felipe Melo disse...

Pode parecer coisa de maluco (ou de contador, ou de engenheiro, ou sei lá o quê), mas faço meu orçamento e controle numa planilha de simples de Excel (num tô falando grego não, né?), com o orçamento previsto (salário do mês), valor comprometido (gasto fixo e extras) e o saldo. Se quiser fazer um gráfico para ver o saldo caiiiiiiindooo também pode! hauhauhuhaahaha. (no seu caso ele deverá subir, espero...).

Bjus

cintia disse...

Oi Luanda!
Gostei bastante do seu blog,gostaria de saber se posso colocar nos meus favoritos lá no meu blog? Vou visitar sempre, muito bem escrito e bem interessante!
bjus