segunda-feira, 6 de abril de 2009

Amor de borracha

Não, eu não vou falar sobre vibradores, antes que alguém abra um sorrisinho cretino. Esse post é sobre A Garota Ideal, que passou na última Maratona do Odeon e estreia por aqui dia 30. Na tal Maratona, o filme foi o último a passar, lá pelas cinco da manhã (quando todo mundo já tirava um cochilo na poltrona), mas fez o público acordar e rir horrores com a história.

Lars - Ryan Gosling, irresistível com cara de cachorrinho abandonado - é um cara solitário e meio weirdo, que vive na casa vizinha à de seu irmão e da cunhada, grávida do primeiro filho. Ela está preocupada com o crescente isolamento do cunhado, mas desiste de insistir quando o marido conversa com Lars e conclui que está tudo bem.

Uma noite Lars bate à porta com uma novidade: está recebendo uma visita em casa. Segundo ele, é Bianca, uma brasileira (rá rá) que conheceu pela internet e anda em uma cadeira de rodas, razão pela qual pede que o irmão e a cunhada cedam um quarto e façam companhia a sua namorada enquanto ele está no trabalho.

Para a surpresa do casal, Bianca é uma boneca de borracha, em tamanho real, que Lars trata como uma pessoa como qualquer outra. Quando a cunhada decide levá-lo a uma psicóloga - a ótima Patricia Clarkson -, esta os aconselha a entrar no jogo dele até que o delírio passe. Apesar da estranheza no início, não apenas o casal, mas toda a cidade começa então a tratar a boneca como um ser humano. Bianca se torna voluntária no hospital, vai à missa, acompanha Lars em uma festa do trabalho, enfim, se integra perfeitamente ao cotidiano local. Ao mesmo tempo que é divertido, o filme é de uma melancolia sem tamanho e faz pensar sobre s0lidão e sobre como às vezes projetamos os nossos desejos sobre terceiros. Doce e perturbador.

Nenhum comentário: