terça-feira, 26 de abril de 2011

A porta dos fundos

Imagine que você está no seu bar preferido: aconchegante, naquela mesa que você sempre escolhe, ao lado dos amigos, batendo papo e chamando o garçom pelo nome. De repente, sem mais nem menos, o garçom fecha a cara pra você, te puxa pela camiseta e te enxota de lá pela porta dos fundos. Com um chute na bunda. É exatamente essa a sensação de se formar na faculdade. Depois de anos se sentindo protegido ali, de repente você está numa rua estranha, desconhecida e sem a menor ideia do que fazer. É, meu amigo, você tá é lascado.

Pra que lado ir? O mundo ficou enorme de novo e você, menor do que nunca. Sou só eu que não consigo enxergar algo em que eu seja espetacular e produtiva o bastante para dizer, confiante, "é pra lá que eu tenho que ir"? Será que eu também sou a única a não querer essa rotina de viver o dia-a-dia roboticamente e me anestesiar no shopping e nas festas de fim de semana? Será que a vida é (só) isso? Não pode ser.

domingo, 9 de janeiro de 2011

Monty Python que me desculpe

Por mais clichê e brega que seja, o único sentido que consigo enxergar na vida é amar e ser amado. Olhando pros anos que passaram, depois de festas, compras, brigas, trabalhos, viagens, estudo e tudo o mais, só consigo lembrar mesmo das pessoas que passaram na minha vida e que eu amei. E não estou falando só daquelas com quem me envolvi romanticamente, mas também de família, amigos e até das pessoas com quem tive um momento fugaz que me marcou pra sempre. Todo o resto me parece só pretexto para tê-las encontrado.

Nem sempre quem convive conosco e parece indispensável hoje vai estar presente daqui a um tempo. A gente, os outros, os interesses, as condiçoes, os lugares, tudo muda. Isso não significa, no entanto, que essas pessoas que fazem parte apenas de um período da nossa vida sejam menos importantes que as que nos acompanham do começo ao fim. Cada uma me ajudou a construir quem eu sou. E acho que é disso que eu vou lembrar no último segundo.