sábado, 16 de outubro de 2010

Colocando o barco pra navegar

De uma hora pra outra, surgiu uma proposta tentadora com grande potencial de fazer a minha vida dar uma guinada de 180°. Trabalhar em Recife? Hum... por que não? Estou começando minha carreira agora, sou solteira, não tenho filhos, tenho família em Recife e, logo ali, em Fortaleza, mais um bocado de gente querida. Analisei as condições do convite e pensei: "na pior das hipósteses, é uma viagem patrocinada". Topei.

Mas aí eu penso e repenso mil vezes. Como viver longe da minha família daqui? E dos meus amigos, essa família tão unida que foi ganhando cada vez mais agregados ao longo do tempo? Sinceramente, eu não sei.  Que a vida seguiria seu ritmo e, aos poucos, uns iam se mudar, outros iam casar e ter filhos, que a gente não estaria tão perto quanto hoje, disso eu já sabia.

Só não sabia que eu seria a primeira a partir. Pode ser que eu fique fora só um mês, mas foi o que faltava pra cair a ficha de que as coisas vão mudar muito, pra mim e pros outros e que esse é só o começo. Mesmo assim, sinto que preciso aceitar o desafio e viver essa experiência. Cadê o manual de instruções? E o Ctrl + Z?

Vou, não sei quanto tempo fico - pode ser um mês, um ano ou de vez -, mas deixo um pedaço meu aqui. E é um pedaço que vai me fazer falta todos os dias.

domingo, 10 de outubro de 2010

O grande amor que nunca foi

Começou como uma coisa qualquer, sem pensar muito, sem achar que ia dar em nada, imaginando que não podiam existir duas pessoas com menos em comum nesse mundo. Aliás, da melhor forma de acontecer: inesperadamente. Entre uma vontade incomum de ver durante o dia e uma ponta de saudade no final da noite, aquele encontro despretensioso foi ganhando força. 

E era por não esperar nada que a surpresa por simplesmente sentir falta e querer ter por perto foi tão grande. Mas junto com a surpresa, veio o medo de se arriscar, de deixar o que era supostamente seguro e sobreviver àquele momento desesperador de se ver sem chão e sem saber o que vem depois. Era medo de lá e medo de cá e a gente não segurou a onda. Se esvaiu em nada.

Já faz um tempo. Eu tô bem e você também. É o que parece, mesmo que "bem" seja ter escolhido não ultrapassar os limites do território seguro. Mas de vez em quando, ao acaso, não consigo deixar de me perguntar: "e se?"