terça-feira, 26 de abril de 2011

A porta dos fundos

Imagine que você está no seu bar preferido: aconchegante, naquela mesa que você sempre escolhe, ao lado dos amigos, batendo papo e chamando o garçom pelo nome. De repente, sem mais nem menos, o garçom fecha a cara pra você, te puxa pela camiseta e te enxota de lá pela porta dos fundos. Com um chute na bunda. É exatamente essa a sensação de se formar na faculdade. Depois de anos se sentindo protegido ali, de repente você está numa rua estranha, desconhecida e sem a menor ideia do que fazer. É, meu amigo, você tá é lascado.

Pra que lado ir? O mundo ficou enorme de novo e você, menor do que nunca. Sou só eu que não consigo enxergar algo em que eu seja espetacular e produtiva o bastante para dizer, confiante, "é pra lá que eu tenho que ir"? Será que eu também sou a única a não querer essa rotina de viver o dia-a-dia roboticamente e me anestesiar no shopping e nas festas de fim de semana? Será que a vida é (só) isso? Não pode ser.