quinta-feira, 2 de julho de 2009

Adeus à pantera

25 de junho (vulgo, quinta-feira passada) trouxe uma comoção mundial que não se via há muito tempo. Michael Jackson, o "rei do pop", o cara que popularizou o moonwalk, o black or white das meias prateadas, o artista de mil e controversas faces morreu, aos 50 anos, em Los Angeles.

A avalanche de notícias foi tão grande que encobriu uma outra grande perda para a cultura pop: Farrah Fawcett, que perdeu a luta contra o câncer aos 62 anos, também em LA. As primeiras chamadas que surgiam sobre sua morte foram imediatamente colocadas de lado pela mídia, ávida por qualquer novidade sobre Jackson.

Elevada ao estrelato como a linda e loira detetive Jill Munroe do seriado As Panteras (no original, Charlie's Angels), Farrah inaugurou o que seria o corte de cabelo mais copiado do mundo. E ainda mais. Nos anos 70, o comportamento da mulher ainda era cercado de tabus e preconceitos, já que o apogeu do movimento feminista na década de 1960 não destruiu imediatamente todo o aparato de opressão instituído por séculos na sociedade. Jill era uma mulher sexy, independente, esperta e que, ainda por cima, tinha um trabalho considerado masculino.  
.
Em 1984, a atriz interpretou Francine Hughes em Cama Ardente, telefilme sobre o caso real da mulher acusada de provocar a morte do marido após sofrer anos com a violência doméstica. Além de receber uma indicação ao Emmy pelo papel, Farrah se engajou na causa. Parte de sua herança foi destinada a instituições de apoio às vítima de abuso. Farrah Fawcett estava longe de ser apenas mais uma mulher bonita: ela foi e continuará sendo um ícone de beleza e atitude.