Existem alguns boatos que se propagam com o tempo através da tradição oral, como uma forma de disciplinar os indivíduos por meio de ameaças pavorosas. Suas principais portadoras são tias velhas, mães, avós e agregadas da família (geralmente coroas também). Alguns exemplos tradicionais da infância:
* Sair sem companhia é pedir pra ser seqüestrado pelo temido homem do saco;
* Andar sem chinelo faz as pernas encolherem;
* Leite com manga é uma mistura assassina;
* Chiclete que traz tatuagem removível como brinde vem com drogas alucinógenas que são absorvidas pela pele;
* O Papai Noel tem uma lista em que anota as boas e más ações das crianças. Dependendo do saldo, você pode ficar sem presente no Natal como castigo.
Ou na adolescência:
* Beijar muita gente dá sapinho (mazela que eu até hoje, aliás, ainda não sei bem o que é);
* Portadores revoltados do vírus HIV transmitem a doença escolhendo pessoas aleatoriamente na rua e as perfurando com seringas contaminadas;
* Homem que se masturba fica cheio de espinhas no rosto e pêlos na mão;
* Transou, engravidou. Por isso, não transe.
É engraçado como essas lendas urbanas vão ficando mais assustadoras com o passar dos anos e, mesmo na idade adulta, continuam povoando o nosso imaginário e enchendo nossas cabeças de dúvidas e culpa:
* Casais em que o homem é mais velho e a mulher mais nova ou o contrário só podem significar uma coisa: golpe do baú;
* Mulher que transa "cedo demais" leva pé na bunda;
* Gays podem ser "convertidos" ao mundo hetero;
* Mulher não pode tomar a iniciativa com um cara (afinal, isso é coisa de "quem não se dá valor");
* A neura do "Boa noite, Cinderela". Deixar de olhar um segundo para o copo traz como conseqüência acordar no dia seguinte numa banheira sem um rim nem qualquer idéia de como isso aconteceu.
* Existe um sapato velho pra todo pé cansado, uma tampa pra cada panela, uma metade pra toda laranja ou alguma outra metáfora besta sobre almas gêmeas.
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