sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Pra dizer a verdade

Outro dia achei uma comunidade no orkut cujo nome é "Eu odeio fazer joguinho" e, sem nem precisar pensar demais na afirmação, concordei plenamente. Vez ou outra, sem nem perceber a tempo, me vejo no meio de uma historinha sem sentido em que dizer a verdade sem rodeios resolveria tudo.
Com um amigo, a premissa básica é essa, não? Os indivíduos dividem uma relação especial de confiança, amor e cumplicidade, o que pressupõe honestidade. Isso geralmente acontece comigo, mas às vezes, não sei se por enxergar uma amizade onde ela não existe ou por pura estupidez mesmo, descubro uma fofoca em que caí de pára-quedas disparada por quem eu considerava amigo. Esses casos, ainda bem, são raros na minha curta experiência de vida.
Agora os joguinhos que me chateiam mais e fazem eu me sentir uma babaca com B Arial Black tamanho 30 é joguinho de homem. Você sai com o indivíduo. Tudo flui bem, conversa interessante, química etc, o indivíduo parece um cara legal. Naturalmente, você aguarda esperançosa que a história siga seu curso natural e vocês invistam pra saber se têm a ver mesmo um com o outro.
Conversa com o indivíduo, ele parece interessado. Conversa mais um pouco, ele continua parecendo interessado, mas até um brócolis tem mais atitude do que ele. Qual é a dificuldade de dizer "aquele dia foi ótimo, você é uma pessoa legal e tudo mais, só que não tô a fim"? Não, é claro que é muito melhor pro cara ficar te cozinhando em banho-maria sem piiiii nem sair de cima! Tá certo que é embaraçoso ter que dizer assim claramente, mas também não há necessidade nenhuma de ficar dando corda à toa, né? O indivíduo fica achando que é a última garrafinha de H2O do verão, então é um shiatsu no ego pra ele. Pra gente é que é uma bosta, um desperdício de energia e expectativas.
Quando percebo que entrei de novo num joguinho desses, começo a pensar que deve ser castigo divino, lei do carma, sei lá. Será que eu também faço isso com os caras? Deixo eles pensarem que têm chance de sair comigo sem estar interessada de verdade? Hum... Acho que o mais perto que faço é não ser explícita por educação. Se eu nunca tiver ficado com ele, digo "ok, então quando a gente sair, vou levar uma amiga que tem tudo a ver com você" ou "claro, vou chamar o X (se eu já estiver saindo com outra pessoa) pra ir também". Acho que a mensagem é clara, ou não? Se eu já tiver ficado, digo "poxa, você é ótimo e a gente pode ser amigo, mas não tô a fim de ficar de novo com você".
Ainda não conheci ninguém que goste de joguinho. De pensar que a outra pessoa compartilha dos seus pensamentos e descobrir, vencido pelo cansaço, que estava enganado. Ser literalmente induzido a se envolver pela vaidade ou falta de coragem do outro. Vamos lá, jogadores, um pouquinho de vergonha na cara, né?

3 comentários:

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Desventuras amorosas. Um dia te conto as minhas... Tudo começa com você tentando se convencer de que o problema não está nos outros e sim em você. Então a gente resolve "mudar de ares". Lu, nunca mude de ares. E sim, o problema está no outro.

Luanda Lima disse...

Putz, isso é um porre. Dias e dias de moral baixa, aluguel do ouvido das nossas amigas e consumo excessivo de chocolate. Então, depois de anos de experiência (nem tão vasta assim, infelizmente), resolvi que nem sempre o problema é o outro, mas eu prefiro pensar que sim!