sábado, 21 de março de 2009

"Come on raaaain down on me"

Depois de muito me torturar pensando se ia ou não ao Just a Fest (Los Hermanos + Kraftwerk + Radiohead) graças ao preço do ingresso, na tarde de ontem resolvi jogar de vez a liseira pro alto e ir. Lá fui eu desembestada pra comprar o ingresso antes de a bilheteria fechar e entrei, pela primeira vez, na Apoteose. Engraçado ter sido por algo que não tinha nada a ver com Carnaval.  

A princípio, fui principalmente por causa do Los Hermanos, já que sabe Deus quando eles iriam se reunir de novo, mas os três shows foram uma grata surpresa. A acústica do local, que eu imaginei que devia ser horrorosa, super deu conta do recado, pra começar. Os grupos tocaram sem grandes atrasos e, tirando a falta de lixeiras (o que fez com que, no final dos shows, a Apoteose ficasse parecendo o aterro de Gramacho) e o preço dos comes e bebes (hein? 6 reais por um sanduíche natural?), não vi o que criticar da organização do evento.

Acho que acabei indo com uma expectativa muito grande para os Hermanos, que fizeram uma apresentação boa, mas não ótima, excepcional, cataclísmica, como eu esperava. Como os integrantes haviam prometido, a banda preparou um setlist bem variado (de "A Flor" a "Morena") e longo para o padrão de um festival. Será que eles atendem ao pedido em coro de "volta, Los Hermanos!" e decidem terminar o tal recesso por tempo indeterminado?

Teve um pessoal que desanimou quando o Kraftwerk entrou no palco e a pista esvaziou bastante, mas eu tava lá eufórica com a apresentação. Fora o básico (que eles são os pais da eletrônica e blá blá blá), eu conheço bem pouco do som dos alemães, então foi a oportunidade perfeita de ouvir e ficar curiosa pra procurar por mais. "Musique non stop" e "The Model" foram as que empolgaram mais. Achei duca os efeitos de palco, os macacões (quero um daqueles com listras verdes que brilham!) e os vídeos dos telões, que exibiam imagens de modelos dos anos 40, trens a vapor, a corrida de bicicletas Tour de France e muito mais.

Quando terminou o show, uma muvuca invadiu a pista e começou a se posicionar para o gran finale, com o Radiohead. Eu nem sou lá tão fã assim da banda, mas a apresentação foi, em uma palavra, catártica. O duende Yorke, muito mais simpático e descontraído do que eu podia imaginar, levantou o público por mais de duas horas. Até "Creep" eles tocaram.

Meia hora depois do show, eu ainda não havia saído do transe e continuava berrando trechos de "Paranoid Android". A iluminação do palco e a filmagem exibida nos telões completaram o que já estava incrível. E olha que eu fui agredida por uns brucutus, queimada no dedinho com cigarro e tomei um banho de um vendedor de água, o que, em circunstâncias normais, teria acabado com o meu bom humor. Ainda bem que a música, mais uma vez, salvou a noite.

2 comentários:

Mattheus Rocha disse...

Ainda continuo sem palavras.......

"I lost myself, I lost myself".

Mattheus Rocha disse...

Não duvido que você tenha chorado. Foi catártico, realmente. Eu preferi nem escrever sobre o show. Acho que não iria conseguir traduzir em palavras o que senti...