quarta-feira, 11 de junho de 2008

Mais um 12 de junho

As papelarias foram invadidas por uma enxurrada cor-de-rosa com coraçõezinhos cobertos de glitter (onde foram parar os cartões de aniversário?). Nas vitrines das lojas, casais lindos e sorridentes tentam convencer os passantes de que o amor de seus respectivos vai aumentar proporcionalmente ao valor da próxima fatura de seus cartões de crédito. Aquelas mesmas matérias na TV, com solteiros procurando "o grande amor" e com dicas de presentes ou programas para a data.

E o pior é que esse clima todo de "vamos celebrar o amor acompanhados e tomando vinho tinto, de preferência" pega a gente. Eu já passei muitos Dias dos Namorados solteira e hoje em dia, levo muito mais naturalmente do que há alguns anos, mas ainda fico me sentindo café-com-leite na brincadeira quando passo o dia sozinha. É uma data simbólica e comercial (uma vez ouvi que ela foi literalmente criada porque junho era um mês fraco para as vendas), mas já faz parte da nossa cultura e acabou adquirindo um significado.

É como um aniversário: o dia em que se declara trégua para a pieguice. Podemos dizer o quanto alguém é especial, presentear a tal pessoa com palavras doces, cartões ou algo pensado especialmente para ela. O dia em que queremos ser lembrados do quanto somos queridos. Duvido que haja uma pessoa sequer que não fique chateada quando ninguém liga no seu aniversário. Quando alguém lembra, é o céu. Quando você só escuta o cri cri dos grilos, se sente o último ser humano na Terra. Com o Dia dos Namorados, a sensação costuma ser parecida, com o agravante de que tudo na cidade reafirma que você está só (lero-lero), enquanto buquês, sacolas, sorrisos de orelha a orelha e mãos dadas se multiplicam pelas ruas.

Nessas situações, eu me pergunto: "o que Carrie Bradshaw faria?"

2 comentários:

Anônimo disse...

afogaria a solidão num copo de Cosmo, minha cara.

Luanda Lima disse...

Ou em lindos sapatos Manolo Blahnik... Como eu ainda não tenho esse poder todo, ontem comprei 2 pares de uma lojinha menor, mas que me deram uma satisfação bem parecida!