domingo, 1 de junho de 2008

E o outono na Tijuca é quase glacial

Meus dedos dos pés estão congelando nesse domingo em que os cariocas se recolheram debaixo de seus cobertores para evitar os 16° que fizeram a tão esperada praia do fim-de-semana ir para o beleléu. Passei o dia inteiro entre o computador, a geladeira (usando a desculpa de que preciso de reserva adiposa para suportar o frio) e a TV (afinal, domingo é o dia de reprise de todos os seriados bacanas).

À noite, decidi passar no Café Baroni para tomar um capuccino (que sinto um desejo louco de beber sempre que esfria) e comer um brownie com sorvete (no frio, no calor, no nem frio nem calor, sempre é o ponto alto do meu dia).

O cenário é atípico: pessoas de cachecol, botas de cano longo, golas rolê, sobretudos. Algumas parecem ter sido pegas de surpresa pela baixa temperatura e amontoam peças de roupa na tentativa de aquecer o corpo. As cores claras no vestuário demonstram como o carioca é pouco afeito ao frio. O shopping bem mais vazio que o habitual (ufa!) também.

Subindo para ver a programação do cinema, vi um rapaz perto das escadas rolantes com um buquê nas mãos. Fiquei imaginando qual seria a ocasião; seria aniversário de namoro, primeiro encontro, uma delicadeza sem motivo (particularmente a minha idéia fantasiosa preferida)? Nada de muito interessante no cinema. Quando descia, o mesmo rapaz ainda estava lá, mas já havia entregue as flores a uma menina de expressão meiga, que parecia desconcertada e encantada com o agrado. Uma graça, mas deu aquela pontinha de melancolia, aquela idéia de "ah, eu também quero...".

Voltando para casa, aquela paisagem urbana típica de dias chuvosos: meia dúzia de gatos pingados, a calçada molhada e cheia de poças estrategicamente posicionadas para respingarem nas calças dos distraídos, os moradores de rua encolhidos sob as marquises. Vontade de pés juntinhos debaixo do edredom e preguiça compartilhada.

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