
O substantivo que melhor a descreve é "excesso". Na maquiagem, nos figurinos excêntricos, no cabelo loiro um passo além do artificial, na atitude ácida, nas declarações polêmicas, na sensualidade agressiva, na aparência longe do padrão. Se não fosse por isso, seria só mais uma aspirante a darling do pop. Boa voz? Ok. Músicas pegajosas? Ok. O álbum segura uma festa? Aham. Nada excepcional, no entanto. O trunfo de Lady Gaga está porém na personagem que ela cuidadosamente construiu para si.
A cantora e compositora é, sim, um produto. A diferença é que, ao que parece, foi a própria Lady Gaga (nome de batismo: Stefani Joanne Angelina Germanotta) quem o criou e a grande graça, afinal, é brincar com a cultura das celebridades, aproveitando pra subverter os conceitos de sensualidade, beleza, retrô e inovação. Tudo nela grita simulação e estranhamento. No espetáculo chamado Lady Gaga, a música é o que menos importa. Como de costume.